terça-feira, 27 de janeiro de 2009

SÃO PAULO: CIDADE-SOLIDÃO


SÃO PAULO: CIDADE-SOLIDÃO


São Paulo – muitas definições poderiam ser dadas a essa linda e grandiosa cidade brasileira!Nascida de um povoamento forçado, ordenado pelo então Governador-Geral Mem de Sá, para que os habitantes da Vila de Santo André se transferissem para os arredores do Colégio Jesuíta (Pátio do Colégio – primeira construção), fundados pelos padres Manuel de Nóbrega e José de Anchieta para catequizar os índios à fé cristã. Era a Vila de São Paulo de Piratininga, fundada em 1554, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí que aparecia na geografia brasileira. Pobre que era no início, possibilitou que seus bravos homens – os bandeirantes – saíssem de suas terras em busca de índios, ouros e diamantes. Com essa vocação para o progresso e acúmulo de riquezas foi elevada à categoria de cidade em 1711. Daí em diante foi uma avalanche. Foi cognominada até de cidade imperial por Dom Pedro I do Brasil. Não obstante os vários títulos que se apregoa a essa grande metrópole brasileira, a maior cidade do hemisfério sul, o que mais me agrada é chamá-la e concebê-la através de sua principal característica: A hospitalidade! E foi assim que, acolhedora por natureza, São Paulo acolheu em seu ninho pessoas oriundas do mundo inteiro, como italianos, portugueses, judeus, espanhóis, lituanos, armênios, árabes, libaneses e sírios, japoneses e chineses. Brasileiros de todos os rincões habitam essa terra de esperanças, especialmente para os nordestinos que a fugir das mazelas da seca repetem o texto de Graciliano Ramos, pois acreditam que “chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, sinhá Vitória e os dois meninos” (in: Vidas Secas, Rio de Janeiro: J. Olympio, 1938). Como bom nordestino não poderia deixar de prestar uma singela homenagem à maior cidade nordestina do Brasil nos seus 455 anos. Parabéns São Paulo!


METRÓPOLE DA SOLIDÃO


Caminhos de tuas artérias
Que bebe de todos os sangues
Convive com tuas misérias
Disputas no trânsito, gangues...

Fumaças do ser corroído
As chamas que vêm lá das fábricas
Respiro de um ar poluído
Teus olhos encharcam de lágrimas

Sussurros de vozes caladas
Vividas em vidas de cão
Mas ainda assim és amada

Metrópole da solidão
Milhões solitários da estrada
Repousam no teu coração

Ilustração: Fotografia retira do Google.com.br

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