sábado, 3 de janeiro de 2009

PORTO SALGADO


PORTO SALGADO


Era Porto Salgado

Hoje nem porto, nem salga

Era caranguejo que se vendia

E lanchas que aportavam

Vindas do delta, dos igarapés


Tinha uma águia lá em cima

Eu era criança e me lembro

Pra Ilha Grande só de balsa

Era o famoso batelão, como se dizia

Quando se queria ir pros morros


Mas não sem antes avistar

Os cata-ventos - diferentes ventos:

Ou quem sabe pro "céu" se iria

Pros tatus, ou labino, quem sabe?

Eram cajus doces imperdíveis!


Antes da ponte de Simplício Dias

Aquilo lá era um mistério!

Hoje não se tem mais mistério,

É só subir que já se está

Na vazantinha a perambular.


Naqueles tempos

De calções e camisetas abertas

Ao sair do "Miranda Osório"

E passar pela "Merenda do Índio"

Um ligeiro persignar na "Praça da Graça"

Pra deliciar aquele momento

Que embora perdido no tempo

Continua avesso à monotonia,

Atesto de uma alquimia

De emoções e saudades

Do pequeno e futuro poeta

À beira do Porto Salgado



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