sábado, 20 de dezembro de 2008


ESTAÇÃO DE TREM

Penumbra no sótão
Estilhaços da alma
Arrulhos que acalmam
Vagões que se lotam

São trilhos da morte
Segundos que voam
Pastores que pregam
Destinos de sorte

São vidas compridas
E curtas desvalidas
São gritos frementes
Pedintes, dementes

Nas ruelas polícias
Nos becos milícias
Nas bocas delícias
De fumo primícias
Prostitutas doentes

Nas vidas enganos
O amor que morreu
Tem rato nos canos
Que dos ralos fedeu

Crianças com cola
Respiram a escola
E sonham com a bola
Nos braços de Orfeu

Os passageiros passam...
Se apressam...
Viajam...
E vêem tudo isso...

Os passageiros passam...
Se apressam...
Viajam...
E vêem tudo isso...

Os passageiros passam...
Se apressam...
Viajam...
E vêem tudo isso...

Os passageiros passam...
Se apressam...
Viajam...
E vêem tudo isso...

Os passageiros passam...
Se apressam...
Viajam...
E vêem tudo isso...

Os passageiros passam...
Se apressam...
Viajam...
E vêem tudo isso...

Os passageiros passam...
Se apressam...
Viajam...
E vêem tudo isso...

E... até que chega a morte e ninguém fez nada!

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